O que é dor mamária?

Também conhecida como mastalgia,  a dor mamária é o sintoma mais frequente na mulher e causa da maior parte de consultas ao mastologista, visto que muitas mulheres associam esse sintoma ao câncer de mama. Anteriormente conhecido como displasia mamária, doença fibrocística, hoje denominada de alterações funcionais benignas da mama, refletem melhor sua relação com as variações do ciclo menstrual. Didaticamente classificam-se em cíclica e acíclica.

 

Quais são os sintomas da dor cíclica?

A dor cíclica refere-se ao seu aparecimento no período pré-menstrual e desaparecem após o fluxo menstrual; outros sintomas que podem aparecer junto com a dor são o ingurgitamento mamário (edema, inchaço) com aumento da sensação de peso e dor e, por vezes, percebe-se à palpação nodulações e/ou espessamento predominando no quadrante súpero-lateral (parte superior da mama próximo à axila).

 

Como é caracterizada a dor cíclica?

Caracteriza-se por serem repetitivas a cada ciclo, melhorando logo após a menstruação. Geralmente estão presentes nas mulheres mais jovens, abaixo de 40 anos, e os graus desses sintomas podem variar a cada ciclo, com a ansiedade, estresse, cancerofobia (medo do câncer), etc. Tendem a se iniciar por volta de 20 anos, a exacerbar-se entre 30 e 40 anos e desaparecer após a menopausa.

 

Como é caracterizada a dor não-cíclica?

A dor não-cíclica, embora possam ser refletidas na mama, não têm nesse órgão sua origem, que, mais frequentemente, são músculo-esqueléticas. A característica da dor e os fatores que estão relacionados ao seu aparecimento e a manutenção determinam sua origem e causa. Geralmente são constantes, unilaterais, podendo ser localizadas em um ponto específico da mama e até apresentar irradiação para a axila ou membro superior do mesmo lado. Podem exacerbar-se no período pré-menstrual, mas retornam aos níveis anteriores após o fluxo menstrual. Pioram com determinados movimentos ou postura, sendo mais intensos à tarde ou à noite após trabalhos exaustivos ou sob forte pressão emocional.

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico depende essencialmente da característica da dor ser não-cíclica e o exame físico cuidadoso mostra a origem não mamária desse sintoma, como mais frequentemente ocorre na nevralgia intercostal. Há resposta de dor à pressão na borda inferior das costelas na linha axilar média (fora da mama).

 

Quais são as causas mais encontradas?

  • nevralgia intercostal – geralmente refletem a consequência de problemas da coluna cervicodorsal, compensação de alterações na coluna vertebral ou membros inferiores;
  • reflexos neuro-musculares por trauma na parede torácica, tensão emocional ou posturas viciosas;
  • inflamação nas cartilagens da junção costocondral, caracterizada por dor à pressão nos espaços da 2a e 3a articulações;
  • neuroma decorrentes de cirurgias torácicas;
  • espasmo do músculo peitoral;
  • coronariopatias; e
  • mamas volumosas ou em pêndulo podem levar à dor por distensão nervosa e dos ligamentos.

 

Quais são os exames que podem auxiliar no diagnóstico?

É importante destacar que os exames de USG (Ultrassonografia) e mamografia não devem ser usados de rotina. Mais frequentemente utiliza-se o USG nas pacientes jovens e a mamografia naquelas acima de 40 anos. Porém, esses exames são importantes nos casos de suspeita clínica, em pacientes com risco para câncer de mama, e naquelas ansiosas para afastar essa possibilidade. Quando a dor é mais localizada ou há nodulações palpáveis a USG é de grande ajuda.

 

Como é o tratamento da dor mamária?

O tratamento depende da causa. Desde reeducação postural global (RPG), fisioterapia, analgésicos, anti-inflamatórios, até cirurgias (neuroma ou gigantismo mamário). A melhor orientação é a procura de um especialista para definir a conduta mais adequada.