Introdução

75% a 80% das mulheres terão, em algum momento da vida, pelo menos um quadro de candidíase. Ela é um das condições mais comuns entre as mulheres e é causada pelo crescimento de um fungo na região genital feminina.

Essa infecção é causada pelo crescimento excessivo de um fungo, a Candida albicans em 90% das vezes, que já vive normalmente na região genital, compondo a chamada flora vaginal.

Por que, então, em algum momento esse fungo para de viver em harmonia com os outros organismos dessa flora, e cresce de forma descontrolada, causando a infecção?

Causas

A candida e diversos outros microrganismos vivem em harmonia e fazem o ambiente do genital ser saudável! Certos hábitos nossos, aos quais muitas vezes nem prestamos atenção, fazem com que alguns desses “bichos” cresçam mais do que deveriam e todo equilíbrio começa a ruir: aí vão começar as infecções e os sintomas de corrimento, de odor, de prurido (coceira)…

Os fatores que podem levar a esse desequilíbrio na flora vaginal incluem:

  • Uso de roupas íntimas apertadas
  • Uso de roupa úmida por muitas horas (como quando vamos à praia)
  • Consumo de alimentos muito gordurosos e carbohidratos simples (farinha branca, industrialiados, refinados)
  • Uso de produtos de higiene inadequados (aqueles sabonetes íntimos têm indicação, não são para toda hora)
  • Consumo de alimentos derivados de fungos e leite (queijos, cerveja…)
  • Uso de antibióticos
  • Gravidez
  • Diabetes
  • Imunossupressão
  • Uso de contraceptivos hormonais

Sintomas

Os sintomas da candidíase vulvovaginal incluem:

  • Coceira
  • Irritação
  • Vermelhidão
  • Corrimento branco e espesso
  • Dor e desconforto durante as relações sexuais e ao urinar

Além disso, alguns pacientes podem apresentar sintomas menos comuns, como dor abdominal, dor durante a menstruação e dor ao urinar.

Diagnóstico

O diagnóstico da candidíase vulvovaginal é feito com base nos sintomas do paciente, no exame físico e, se necessário, em testes laboratoriais, com uma pequena quantidade de secreção vaginal coletada durante a consulta e enviada para análise.

A secreção mais típica da candidíase, chamada comumente de corrimento pelas mulheres, tem um aspecto de leite coalhado, e o prurido (coceira) pode ser bem intenso. Mas, mesmo quando bem característico, é importante um diagnóstico médico, já que existem outras afecções do aparelho genital feminino que podem se parecer com a candidíase.

Tratamento

O tratamento da candidíase vulvovaginal é feito com o uso de antifúngicos orais e/ou com produtos de uso tópico, ou seja, cremes, comprimidos e óvulos vaginais. O tratamento deve ser prescrito por um médico, levando em consideração a gravidade da infecção, os fatores de risco e as condições médicas da paciente.

É importante seguir as recomendações médicas e completar o tratamento, mesmo se os sintomas desaparecerem rápido, para evitar a recorrência da infecção.

Prevenção

Algumas medidas preventivas podem ajudar a evitar a candidíase vulvovaginal, incluindo:

  • Manter a higiene íntima adequada (manter a região da vulva seca), lavando a região somente com água e evitando o uso excessivo de sabonetes e produtos de higiene que possam alterar o pH vaginal (sabonetes rotulados como “sabonetes íntimos” podem modificar o pH da vagina, predispondo o aparecimento da candidíase)
  • Usar roupas íntimas de algodão, que permitem a respiração da região genital, e evitar roupas apertadas, como calças jeans e leggings
  • Usar roupas mais soltas e, sempre, calcinha de algodão!
  • Não usar absorvente diário todos os dias
  • Reduzir o consumo de açucares, carbohidratos simples (pão, arroz, bolo, bolacha, macarrão… de farinha branca)
  • Reduzir o consumo de álcool, leite e derivados, alimentos que vêm dos fungos
  • Reduzir o consumo de comidas industrializadas e refinadas
  • Evitar o uso excessivo de antibióticos e seguir as recomendações médicas
  • Acrescentar na alimentação as fibras (folhas, salada), verduras crucíferas (couve flor, couve de bruxelas, couve, repolho, acelga), Óleo de coco, tomilho e orégano
  • Urinar com frequência adequada, 6 a 7 vezes por dia (o que depende de você consumir água adequadamente…), não segurar xixi, afinal, quando vamos ao banheiro é o único momento em que a vulva “respira” um pouco!
  • Ao tomar banho ou lavar a região após relação sexual ou evacuar, usar sempre água morna/fria e secar bem (afinal, esses “bichos” gostam de lugar quente e úmido…)

Conclusão

A candidíase vulvovaginal é uma infecção fúngica comum que pode causar desconforto e complicações na vida cotidiana. É importante seguir medidas preventivas, já que as principais coisas que favorecem o fungo são os nossos hábitos (e isso é fácil de controlar! Só depende da gente e não gasta dinheiro).

Se você apresenta sintomas de candidíase, procurae ajuda médica para fazer o diagnóstico correto e receber o tratamento adequado, para evitar que o fungo comece a ficar mais resistente ou evitar tratamentos errados. Cuide da sua saúde íntima e sexual e compartilhe essas informações com amigos e familiares para ajudar na prevenção da candidíase vulvovaginal.