O que é rastreamento do câncer de mama?

É uma forma de avaliar a mama procurando por sinais precoces de câncer em mulheres assintomáticas, ou seja, uma maneira de descobrir a doença bem no comecinho, antes mesmo que a mulher possa notar qualquer alteração. A principal forma de rastreamento é um tipo específico de raio-X chamado MAMOGRAFIA.
O objetivo do rastreamento é encontrar o câncer em sua forma inicial, antes que ele tenha chance de crescer, espalhar e causar algum problema.
O rastreamento com mamografia é utilizado pois comprovadamente reduz a chance de morrer por causa da doença.

 

Como deve ser feito o rastreamento mamário?

A sociedade brasileira de mastologia recomenda fazer mamografia para rastreamento uma vez por ano a partir dos 40 anos de idade, na população geral. Antes dos 40 anos, a chance de ter a doença é muito baixa e portanto o rastreamento não está indicado.
Algumas mulheres, no entanto, por serem consideradas de alto risco para o desenvolvimento do câncer, devem começar o rastreamento antes dessa idade. Dentre essas mulheres podemos incluir pacientes com mutações genéticas como a do gene BRCA, mulheres com parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de mama diagnosticado antes dos 45 anos e mulheres que, como tratamento para outro tipo de câncer, receberam radioterapia na região do tórax entre 10 e 30 anos de idade.

 

Quais os benefícios do rastreamento do câncer de mama?

O principal benefício é o diagnóstico precoce, em estadios iniciais da doença, em que há maior chance de cura e menor risco de morrer pela doença.

 

Quais seriam os riscos do rastreamento?

Os riscos incluem:

Falsos positivos: a mamografia algumas vezes apresenta um resultado falso positivo, isso significa que o exame pode sugerir que a mulher apresenta uma lesão suspeita de câncer porém avaliações complementares mostram que se trata de uma alteração benigna. O processo de investigação lança mão de mais exames de imagem e em alguns casos biópsia, podendo ser fonte de preocupação e ansiedade até que o resultado final seja estabelecido. Os falsos positivos são mais comuns em mulheres com menos de 50 anos.

“Overdiagnosis”: algumas vezes a mamografia encontra um câncer que nunca afetaria a saúde daquela mulher, ou seja, que não causaria sintomas até o momento da sua morte. Isso é chamado de “overdiagnosis”. Não existe uma maneira de saber se um câncer encontrado levaria ou não a algum problema, se evoluiria ou não para uma doença mais agressiva. Portanto, uma vez diagnosticado, deve ser tratado.
Exposição à radiação: como qualquer raio-X, a mamografia expõe a mulher a uma quantidade de radiação. Já foi comprovado, no entanto, que o número de vidas salvas ao encontrar um câncer em estadio inicial supera os riscos muito pequenos decorrentes dessa exposição.

O que acontece durante a mamografia?

Para realizar a mamografia, é solicitado que a paciente retire a blusa e o sutiã e vista um avental fornecido pelo laboratório; então as mamas serão radiografadas uma por vez. Cada mama será radiografada duas vezes, uma vez de cima para baixo e outra vez lateralmente, para que o médico consiga ter uma boa visualização de todo o tecido mamário. Para tal, a mama deve ser comprimida entre duas plataformas, o que pode ser desconfortável mas dura apenas alguns segundos. Em alguns casos pode ser necessário alguma radiografia complementar durante a realização do exame.
Se possível, evite agendar o exame logo antes ou durante o período menstrual pois as mamas estão mais sensíveis. Também é interessante não utilizar desodorante ou talcos no dia do exame pois podem causar artefatos (alterações) nas imagens.

 

O que acontece após a mamografia?

Um médico especializado irá analizar as imagens. Nesse momento duas coisas podem acontecer:
O médico chega a uma conclusão e finaliza o laudo do exame;
O médico pode considerar o exame inconclusivo e reconvocar a paciente para um exame mais detalhado.

 

O que acontece se a mamografia vier alterada?

Se a mamografia estiver alterada: não entre em pânico! 9 em cada 10 mulheres com mamografia alterada não têm câncer de mama. Doenças benignas também podem levar a resultados alterados no exame. Mais testes podem ser necessários para descobrir o que realmente está acontecendo.

Se o seu médico considerar que o resultado anormal não se trata de um câncer, ele pode sugerir que o exame seja repetido em 6 meses; se ele achar que existe risco de câncer, ele provavelmente irá solicitar mais testes, que podem incluir uma mamografia mais detalhada, agora chamada de mamografia diagnóstica, ou uma ultrassonografia das mamas.

A ultrassonografia também pode ser sugerida para mulheres que apresentam mamas densas, pois nesses casos a mamografia pode ser mais difícil de ler.

Se esse próximo exame ainda mostrar achados suspeitos, seu médico provavelmente solicitará uma biópsia, durante a qual retira-se amostras de tecido da mama, que são enviadas a um laboratório para serem testadas para câncer.

Não fique com dúvidas, converse com seu médico de confiança.