O que é dor mamária?

É um sintoma muito frequente na mulher e causa da maior parte de consultas ao mastologista. A dor nas mamas pode ter uma influência direta na vida emocional, profissional e social de mulher, já que traz angústia por frequentemente ser associada ao medo de representar um câncer de mama.
Cerca de 65 a 70% das mulheres apresentarão essa queixa ao longo da vida e a associação da dor com o câncer de mama acorre em menos de 2% dos casos.
Anteriormente conhecido como displasia mamária, doença fibrocística, hoje denominada de alterações funcionais benignas da mama, refletem melhor sua relação com as variações do ciclo menstrual. Didaticamente classificam-se em cíclica e acíclica.

 

Quais são os sintomas da dor cíclica?

A dor cíclica refere-se ao seu aparecimento no período pré-menstrual e desaparecem após o fluxo menstrual; outros sintomas que podem aparecer junto com a dor são o ingurgitamento mamário (edema, inchaço) com aumento da sensação de peso e dor e, por vezes, percebe-se à palpação nodulações e/ou espessamento predominando no quadrante súpero-lateral (parte superior da mama próximo à axila).

 

Como é caracterizada a dor cíclica?

Caracteriza-se por serem repetitivas a cada ciclo, melhorando logo após a menstruação. Geralmente estão presentes nas mulheres mais jovens, abaixo de 40 anos, e os graus desses sintomas podem variar a cada ciclo, com a ansiedade, estresse, cancerofobia (medo do câncer), etc. Tendem a se iniciar por volta de 20 anos, a exacerbar-se entre 30 e 40 anos e desaparecer após a menopausa.

 

Como é caracterizada a dor não-cíclica?

A dor não-cíclica, embora possam ser refletidas na mama, não têm nesse órgão sua origem, que, mais frequentemente, são músculo-esqueléticas. A característica da dor e os fatores que estão relacionados ao seu aparecimento e a manutenção determinam sua origem e causa. Geralmente são constantes, unilaterais, podendo ser localizadas em um ponto específico da mama e até apresentar irradiação para a axila ou membro superior do mesmo lado. Podem exacerbar-se no período pré-menstrual, mas retornam aos níveis anteriores após o fluxo menstrual. Pioram com determinados movimentos ou postura, sendo mais intensos à tarde ou à noite após trabalhos exaustivos ou sob forte pressão emocional.

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico depende essencialmente da característica da dor ser não-cíclica e o exame físico cuidadoso mostra a origem não mamária desse sintoma, como mais frequentemente ocorre na nevralgia intercostal. Há resposta de dor à pressão na borda inferior das costelas na linha axilar média (fora da mama).

Quais são as causas mais encontradas?

nevralgia intercostal – geralmente refletem a consequência de problemas da coluna cervicodorsal, compensação de alterações na coluna vertebral ou membros inferiores;
reflexos neuro-musculares por trauma na parede torácica, tensão emocional ou posturas viciosas;
inflamação nas cartilagens da junção costocondral, caracterizada por dor à pressão nos espaços da 2a e 3a articulações;
neuroma decorrentes de cirurgias torácicas;
espasmo do músculo peitoral;
coronariopatias; e
mamas volumosas ou em pêndulo podem levar à dor por distensão nervosa e dos ligamentos.

 

Quais são os exames que podem auxiliar no diagnóstico?

É importante destacar que os exames de USG (Ultrassonografia) e mamografia não devem ser usados de rotina. Mais frequentemente utiliza-se o USG nas pacientes jovens e a mamografia naquelas acima de 40 anos. Porém, esses exames são importantes nos casos de suspeita clínica, em pacientes com risco para câncer de mama, e naquelas ansiosas para afastar essa possibilidade. Quando a dor é mais localizada ou há nodulações palpáveis a USG é de grande ajuda.

O tratamento depende da causa. A avaliação das

Como é o tratamento da dor mamária? pacientes com dores cíclicas, sem lesão de mama associada, muitas vezes são resolvidas com a explicação do quadro, e com medidas simples como o uso de um sutiã de maior sustentação e a diminuição do consumo de cafeína e alimentos gordurosos. Medicamentos para o tratamento de dor podem ser eficazes nos quadros de mastalgia, como os anti-inflamatórios e analgésicos. O uso de vitaminas, óleo de prímula e ácido gamalinoleico tem pouca evidência científica.
Para os casos de dor extra-mamária, o tratamento depende muito da causa, podendo incluir desde reeducação postural global (RPG), fisioterapia, analgésicos, anti-inflamatórios, até cirurgias (neuroma ou gigantismo mamário). A melhor orientação é a procura de um especialista para definir a conduta mais adequada.